sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Ensino e Formação Profissional (EFP) baseados nas competências

A aprendizagem baseada nas competências é uma tendência predominante do EFP em muitos países como: Austrália, Reino Unido, EUA, Alemanha e Países Baixos.
Segundo Wesselink,R. et al. (2007:41), o conceito de competência surge cada vez mais como base da (re)conceção do EFP. A aprendizagem baseada nas competências constitui uma tendência dominante do EFP em diversos países, por deixar antever menos problemas na transição entre a escola e o trabalho.
Atualmente, muitos países estão a deparar-se com o problema na transição dos licenciados para o mercado de trabalho, pois estes não conseguem o desempenho esperado como trabalhadores, visto que o seu ensino foi muito teórico, não baseado na aquisição de competências.
Assim, no EFP as disciplinas académicas deixam de ser o ponto de partida para o desenvolvimento curricular, passando as competências a ocupar um lugar de destaque. Esperando-se, desta forma, que os estudantes fiquem preparados e com as competências necessárias para obterem um bom desempenho no mercado de trabalho, nas suas carreiras profissionais. No entanto, a conceção de currículos baseados nas competências só é possível quando este conceito é definido de uma forma pouco ambígua. Além disso, a avaliação das competências é um processo demorado e extremamente trabalhoso.
O ensino baseado nas competências (competency-based education) é um conceito que existe há várias décadas e que tem a sua origem nos EUA, sendo definido por Boyatzis, 1982 in Wesselink, R. et al. (2007:44) como uma característica subjacente de um indivíduo relacionada de forma causal com um desempenho eficaz ou superior numa atividade profissional
Por outro lado, na abordagem holística de competência, a aprendizagem é vista de uma perspetiva social construtivista, sendo o pressuposto de base para esta abordagem psicológica originalmente social o de que o ser humano constrói a sua realidade (social) através da interação com outros (Simons, 2000 in Wesselink, R. et al., idem).


 10 princípios para a aprendizagem baseada nas competências
(Mulder, 2004 in Wesselink, R. et al., 2007:45-46).

1.º princípio: verificar em que empregos e funções os estudantes acabam depois de concluírem os seus estudos e determinar quais os problemas profissionais essenciais de importância crucial nesses empregos e funções.
2.º princípio: identificar os problemas profissionais essenciais que conduzem ao desenvolvimento curricular.
3.º princípio: a recompensa dos desenvolvimentos de competências deveria ser efetuada através de uma avaliação por diferentes avaliadores.
4.º princípio: antes do percurso de aprendizagem, há que avaliar as competências já desenvolvidas.
5.º princípio: estipula que a aprendizagem tem de se situar em contextos reconhecíveis e válidos.
6.º princípio: afirma que é necessário ligar a teoria à prática. Há que deixar os estudantes adquirirem experiência e deixá-los refletir sobre essa experiência.
7º princípio: afirma que o conhecimento, as aptidões e as atitudes devem ser integradas em percursos de aprendizagem.
8.º princípio: possibilitar aos estudantes uma responsabilização crescente pelos seus próprios processos de aprendizagem e pela condução destes.
9.º princípio: Os professores têm de ser estimulados de modo a cumprirem o seu papel de treinadores.
10.º princípio: num currículo, há que formar uma base de desenvolvimento de competências para a carreira futura, prestando-se uma atenção específica à aprendizagem de como adquirir competências.


Referências Bibliográficas


Wesselink, R., Biemans, H. & Elsen, E. (2007). Ensino e Formação Profissional (EFP) baseado nas competências, na óptica de investigadores neerlandeses. Revista Europeia de Formação Profissional, 40(1), 42-56

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