A aprendizagem baseada nas
competências é uma tendência predominante do EFP em muitos países como: Austrália,
Reino Unido, EUA, Alemanha e Países Baixos.
Segundo
Wesselink,R. et al. (2007:41), o
conceito de competência surge cada vez mais como base da (re)conceção do EFP. A
aprendizagem baseada nas competências constitui uma tendência dominante do EFP em
diversos países, por deixar antever menos problemas na transição entre a escola
e o trabalho.
Atualmente,
muitos países estão a deparar-se com o problema na transição dos licenciados
para o mercado de trabalho, pois estes não conseguem o desempenho esperado como
trabalhadores, visto que o seu ensino foi muito teórico, não baseado na aquisição
de competências.
Assim, no EFP as disciplinas académicas deixam de
ser o ponto de partida para o desenvolvimento curricular, passando as
competências a ocupar um lugar de destaque. Esperando-se, desta forma, que os
estudantes fiquem preparados e com as competências necessárias para obterem um
bom desempenho no mercado de trabalho, nas suas carreiras profissionais. No
entanto, a conceção de currículos baseados nas competências só é possível quando
este conceito é definido de uma forma pouco ambígua. Além disso, a avaliação das
competências é um processo demorado e extremamente trabalhoso.
O ensino baseado nas competências
(competency-based education) é um conceito que existe há várias décadas e que
tem a sua origem nos EUA, sendo definido por Boyatzis, 1982 in Wesselink, R. et al. (2007:44) como
uma característica subjacente de um indivíduo relacionada de forma causal com
um desempenho eficaz ou superior numa atividade profissional
Por
outro lado, na abordagem holística de competência, a aprendizagem é vista de uma
perspetiva social construtivista, sendo o pressuposto de base para esta abordagem
psicológica originalmente social o de que o ser humano constrói a sua realidade
(social) através da interação com outros (Simons, 2000 in Wesselink, R. et al., idem).
10 princípios para
a aprendizagem baseada nas competências
(Mulder, 2004 in Wesselink, R. et al., 2007:45-46).
1.º
princípio: verificar
em que empregos e funções os estudantes acabam depois de concluírem os seus
estudos e determinar quais os problemas profissionais essenciais de importância
crucial nesses empregos e funções.
2.º
princípio: identificar
os problemas profissionais essenciais que conduzem ao desenvolvimento
curricular.
3.º
princípio: a
recompensa dos desenvolvimentos de competências deveria ser efetuada através de
uma avaliação por diferentes avaliadores.
4.º
princípio: antes
do percurso de aprendizagem, há que avaliar as competências já desenvolvidas.
5.º
princípio: estipula
que a aprendizagem tem de se situar em contextos reconhecíveis e válidos.
6.º
princípio:
afirma que é necessário ligar a teoria à prática. Há que deixar os estudantes
adquirirem experiência e deixá-los refletir sobre essa experiência.
7º
princípio:
afirma que o conhecimento, as aptidões e as atitudes devem ser integradas em percursos
de aprendizagem.
8.º
princípio: possibilitar
aos estudantes uma responsabilização crescente pelos seus próprios processos de
aprendizagem e pela condução destes.
9.º
princípio: Os professores
têm de ser estimulados de modo a cumprirem o seu papel de treinadores.
10.º
princípio: num
currículo, há que formar uma base de desenvolvimento de competências para a
carreira futura, prestando-se uma atenção específica à aprendizagem de como
adquirir competências.Referências Bibliográficas
Wesselink, R., Biemans, H. & Elsen, E. (2007). Ensino e
Formação Profissional (EFP) baseado nas competências, na óptica de
investigadores neerlandeses. Revista Europeia de Formação Profissional, 40(1), 42-56